Assim,
parado diante do mar,
Verde que se
estende até o horizonte,
Observo a
monotonia dos seus movimentos,
Sempre os
mesmos, repetição constante,
E imagino a
vida em andamento, do outro lado.
Imagino
bêbados caminhando em ruas ermas,
Iluminadas
pelas lâmpadas pálidas dos postes,
Meninos
agarrados a sorrisos e curiosidade,
Mulheres na
faina de lavar roupas e varrer o chão.
Imagino os
executivos e suas gravatas, bravatas
Justificando
o último negócio levado a bom termo,
Cabras e
vacas ruminando a solidão do tempo,
Soldados em
ordens unidas ou nos stands de tiros,
Ensaiando o
desempenho na tragédia da morte.
Vejo
floreiras nas janelas, talheres sobre as mesas,
Cães latindo
cheiros, cortinas na dança do vento,
Toda a
coadjuvância que compõe o ritual das horas.
Súbito
lembro-me de ti, idealização consumada,
Levantando-se
da cama, meio que dormindo ainda,
Restabelecendo
o contato com a realidade,
Pronta para
a higiene matinal e o café com pão.
E triste,
abandono o mar. Dou meia volta e retorno.
O mar não me
acompanha, permanece a teus pés,
Em
simbolismo de minhas lágrimas banhando-te toda.
Francisco
Costa
Rio,
19/01/2014.
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