Sentado diante da eternidade?
Prestes à viuvez de si mesmo,
Ele assiste o ocaso da existência.
Relicário do que foi, desfolha-se,
Entre canções e momentos,
Tateando tudo o que não está,
Naufragou nas ondas do tempo.
O que pensou perene foi efêmero,
Transitório, e agora se desfaz
Em brumas e névoa no anoitecer,
Silenciosamente.
A respiração se exerce difícil,
Exigindo esforço de atleta
E concentração de artista.
O que foi simples e natural
É agora desafio, maltratando.
Encolhido e sozinho ele espera,
Temeroso do que o espera,
Se uma prolongada agonia
Ou o ponto final no que foi poesia.
Francisco Costa
Rio, 09/06/2014.
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