sábado, 14 de junho de 2014

Como justificar as guerras
Num mundo de tantas igrejas
E tão poucos quartéis?

Como entender tiros entre orações
E lágrimas de dor e ódio misturadas?

Como ousar pronunciar palavras
Se todas ditas em oposição ao próximo,
Incômodo, oponente, adversário, inimigo
A ser combatido sem tréguas ou descanso,
Até que se consuma a suprema verdade:
O homem é um animal inocente,
O que busca vida em cemitérios e olvida
A limitada eternidade que traz em si.

O homem é o mais insensato dos animais,
O que vive para disseminar a morte,
Para cultuar a morte até nos rituais,
Onde abre mão do hoje e do agora,
Para investir no improvável amanhã
De só supostos paraísos e infernos,
Sem provas ou pelo menos evidências.

O homem é um animal estranho.

Francisco Costa
Rio, 09/06/2014.

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