O que ontem era um país hoje é estádio,
Arena onde se encena o gol, picadeiro
E púlpito, altar, oráculo, gongá mágico
De fervorosos servos da bola, divindade
Que paira sobre todas as coisas criadas.
Diante dela relativizam-se Cristo e Krishna,
Buda e Alá, Zambi, todos os santos e orixás,
Absortos na consecução do lance, dos gols
Que redimirão guerras, combates, culturas.
Gladiadores modernos em uniformes,
Mandarins contemporâneos,
Infantes e artilheiros, mosqueteiros,
Os heróis da hora propiciam vitórias
Ou não impedem pranteadas derrotas.
Em algum canto do universo,
Absorto, só observando,
Deus comenta: meus filhos estão brincando.
Francisco Costa
Rio, 06/06/2014.
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