Em carne viva, todo nervos expostos.
Sem uma parede que me apartasse
E separasse do mundo, escorri-me,
Sem nunca saber exatamente onde,
Temperamental e urgente, passional,
Terminando onde começava o mundo.
As coisas simples, nunca ocasionais,
Considerei sempre absurdas, surreais,
Sem muito sentido ou justificativa,
Como se cada ser humano,
Anjo decaído,
Se reduzisse a um autômato orgânico,
Repetindo-se, sem razão e sem saída.
O sentido da vida, esse acidente
De curta duração, é justamente
Não fazer nenhum sentido.
Súbito e inesperadamente surgimos
E não menos súbito e inesperadamente,
Sumimos, em retorno ao anonimato
Do que nunca existiu.
A importância de cada um
É só uma impressão pessoal,
Um querer-se essência de tudo
Quando mais não somos
Que um miúdo e relativo animal.
Mesmo o pranto dos que ficam
É curto e superficial.
Francisco Costa
Rio, 07/06/2014.
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