sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

EM RESPOSTA A ENCANTADORA DAMA

Então me acusa de mulherengo,
Volúvel, maroto e frívolo,
Em trocas constantes, vivendo
Como um colibri, de flor em flor.

Diz que não nasci para esquentar camas,
Distribuindo adeuses no atacado, sempre,
Semeando lágrimas e esperas constantes.

Fala que não nasci para âncoras e algemas,
Alianças... Tudo o que for de prender.

Descontando-se certa dose de exagero,
Do folclore criado pelos invejosos, talvez,
Admito certa dose de veracidade, é certo.

Mas só até estar apaixonado, rendido.
Aí cesso-me propriedade quase coletiva
E me dou inteiro e completo, definitivo,
E me realizo em corpo único e bastante.

Não, não é o medo da perda,
Menos respeito, consideração
Ou lá ou que quer que seja.

É porque apaixonado não me pertenço e,
Honesto, não posso dar o que não é meu.

Francisco Costa

Rio, 13/12/2013.

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