O calor é
infernal.
Imerso em
suor
E numa
sinfonia de cigarras
Observo as
folhas paradas,
Aguardando a
brisa matinal.
As mangas e
jacas, pitangas
Fazem-se
maduras temporãs,
Cozidas pela
inclemência solar.
As aves
estão caladas e quietas
Na espera
dos temporais
Anunciados
pingos nas pétalas,
E qualquer
sombra é abrigo,
Oásis no
capinzal secando,
Amamentando
com palha
A paisagem
em agonia de verão.
Distraído e
concentrado
Um poeta
tecla saudades
Adormecidas
no jardim choroso,
Saudoso de joaninhas
e besouros
Em migração
do desespero
Medido nos
termômetros.
Só as
formigas não param.
Há um patrão
oculto e tirano
Que não lhes
permite
Ver
diferenças entre inverno,
Primavera ou
verão.
São as
proletárias da natureza,
Parecem
humanas.
Francisco
Costa
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