Sim, é
possível,
Desde que
você se dispa
Do que o
blinda e aparta,
Faz crer-se
piamente
A única
ovelha branca
Na negritude
do rebanho.
Começa por
se despir
Do que lhe
incutem na tevê,
Papinha de
coisa nenhuma
Para
esconder refeições.
Depois, da
sua seita, vaselina
Que
enriquece a uns poucos,
Os dos
púlpitos, e miserabiliza
Os que os
sustentam diários
No exercício
da fraude,
Em textos de
análises loucas,
Os
semeadores de milagres,
Benção,
graças e alienação,
Os estelionatários
da razão.
Agora se
dispa do consumo,
Dessa fome
desenfreada
De dez
calças para duas pernas,
Vinte
camisas para um peito,
E trecos,
bugigangas, coisas
Que longe de
você, inexistentes,
Não o
modificariam em nada.
Dispa-se
também da vertigem
Da auto
sabedoria, equívocos
Nascidos do
instinto, gratuitos,
Em
revelações divinas
Ou no eu
acho, só pode ser assim.
Antes de
você muitos pensaram,
Você é só
continuidade, embora
Se acredite
original e primeiro,
Início de
tudo.
Desconfie de
tudo,
Questione
tudo,
Analise
tudo...
Só assim
você se fará
Único porque
diferente.
Despindo-se
assim você rirá
De si
próprio, por ter acreditado
Em Papai
Noel na infância
E em muitos
outros Papais Noéis
Outros pela
vida toda.
O da
infância deu presentes,
Os outros
arrancaram
A sua
essência, transformando-o
Em ovelhinha
branca
Num rebanho
de iguais.
Francisco
Costa
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