sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Porque fechada
Ao que te afeta e afoita?

Abre-te, concede-te
Às solicitações urgentes
Do teu corpo aflito,
Entre hormônios
E ansiedade,
Estabelecendo roteiros
Entre a vontade e o nada.

Curva-te aos teus instintos
Mais puros, onde se revelará
Tudo o que a ti te negas.

És carne, nervos, músculos...
Impropriedade
Ao que não se permite posse,
A ânsia ambicionando sexo,
Essa palavra antiga e presente
Que escondes fora do dicionário.

Fechada ao mundo, a ti mesma
Não (re)descobrirás nunca
Que a fonte dos sorrisos,
Do prazer e da poesia
Repousa no melhor de ti,
No que, inocente, amordaças.

Estamos para o sexo e o despudor
Como as flores estão para as plantas,
Momento único, quase último
Em que se consuma a plenitude,
A razão de existir.

Francisco Costa

Rio, 02/12/2013.

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