sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Laivo de incontidas paixões,
Rastreio-me peregrino
No encalço de mim mesmo.

Gordo de quereres e vontades,
Amargando a subnutrição de sorrisos,
Busco-me como a planta busca luz,
O bicho procura a presa, a moça,
Sonho na janela, espera orgasmos.

Esta a minha missão, percorrer-me,
Incessante e atento, sem concessões,
Até me encontrar, não importa onde,
Talvez em algum corpo,
Em algum verso distraído
Ou num poema necessário.

Busco-me como quem se busca
No espelho, com o corpo cá,
Mas sabedor de que a alma está lá,
Em redundância
De não poder quebrá-lo
Para não se perder em definitivo.

Francisco Costa

Rio, 04/12/2012.

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