O natal,
sim, o natal,
Mas não o
natal dos shoppings
E das ruas
cheias, do comércio
Eclipsando o
bebê chorando.
Um outro
natal, mais triste
Porque feito
de cacos moídos,
Pedaços
distantes e apartados
Do que se
quer natal.
O da moça
triste na janela,
Aguardando
buquês e guirlandas,
Moços
amanhecidos do anônimo,
Com palheta
e pigmentos,
Prontos para
inundá-la de cores,
E casamento
pretendido desde sempre.
O do menino
na calçada, coberto
Por caixas
de papelão e curiosidade,
Atento a
canções natalinas
Que escapam
pelas janelas.
O do soldado
menino, imaginando,
No intervalo
de tiros, a árvore de bolas
Que repousa
na sala distante
Para onde
ele jamais voltará.
E o menino
solidário, na manjedoura,
Sangrando
por antecipação
A sua sexta
feira da paixão.
Francisco
Costa
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