Terno, embevecido do teu olhar,

Percorro-me solicitação urgente,

Doação constante e pra sempre,

Adoração do que não se pode só.

Tens a delicadeza de gazelas

Postas na paisagem, esquilos

De pelúcia saltitando árvores

Nevadas de algodão e encanto.

Tuas formas, nuvens que evolam

E se dispersam em meus dedos,

Esfumaçam-se na minha imaginação

De propósitos irrealizáveis e doces.

Tens qualquer coisa que não sei,

Indícios de segredos, pistas

Para descobertas urgentes,

Promessas distantes e distraídas

De fêmea aguardando o cio.

Sobre ti repousa um infinito enorme,

Feito de fascínio e sedução,

Onde mora minha inspiração

E nascem meus versos.

Francisco Costa

Rio, 11/03/2014.