Quero escrever um poema erótico,
Preciso
escrever um poema erótico,
Mas não um
poema qualquer, inútil
Na pretensão
de acordar instintos.
Quero um
poema avassalador, total,
Umedecendo
as moças desavisadas,
Pondo rijos
os meninos desatentos.
Eu quero um
poema sacana, imoral,
De
vocabulário puro hormônios
E prazer
desmedido, avassalador,
Capaz de
arrancar gemidos e gritos
Nas
entranhas do excitado leitor.
Eu quero um
poema de sensualidade
Posta na
mesa, no livro, no dia morno
Que mantém
sonolentos e inúteis
Os instintos
mais primários e urgentes,
Agora
dormitando alheios, quentes.
Que o diga
imoral a senhora pudica
De xavasca
aposentada. Pornográfico,
O beato
psicologicamente eunuco,
De pau
supérfluo, incomodando.
Que exijam
respeito os comentadores,
Administradores,
leitores, curtidores...
Cinicamente
guardando para logo mais
Esses doces
pecados que, por inocentes
Já nascem
perdoados. Eu quero sexo!
Poemas
assexuados são jardins vazios,
De cor
única, um verde frio, insosso,
Sem os
matizes multicoloridos e doces
De doces
orgasmos desbragados,
Essa
incipiência constante e declarada
Fingindo-se
escondida em cada tarada.
Não me
venham com teorias literárias,
Tratados
filosóficos, leis divinas...
Todos esses
freios ao maior dos instintos:
Ter nas mãos
a posse do outro, integral,
Em volúpia
tanta e tão fundamental
Que tudo e
qualquer coisa é só uma rima
Para a
felicidade concentrada num instante,
Reduzida a
uma xana, um pau.
Eu quero um
poema sexuado, humano,
Encharcado
de hormônios, animal.
Francisco
Costa
Rio,
14/03/2014.
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