Nasci para
esculhambar,
Colocar gelo
na lareira,
Incendiar
flores nas lapelas,
Desfilar a
ironia e o deboche
Na passarela
dos bem comportados.
Esta a minha
alegria, sacanear tudo,
Espalhar
merda na festa, roubar o bolo,
Decretar dia
útil no carnaval, semear
Temporais em
domingos e feriados,
Esconder o
sol das praias,
Levantar
saias, aplaudir velórios.
Pobre dos
moços e moças certinhos,
Adeptos do
mercado formatando gente,
De deuses
cruéis e vingativos, punidores,
Entre funks
e hambúrgueres, digerindo
A miséria
nossa de cada dia agradecendo
Pela graça
alcançada, o milagre posto
Nas retinas
dos que não têm olhos de ver.
Viva o
sargento, o regimento, as máscaras
Nas
passeatas e intenções, a promoção
Do caráter
pelo preço mais justo. Viva
A porra toda
porque tudo uma porra,
E se mais
porra há, vivas a ela também.
Abaixo essa
masturbação de eunucos,
De
guerrilheiros sem dentes e coragem,
Nas
poltronas da sala e no facebook
Pedindo
golpes, os tristes golpes
Que eles não
têm coragem de dar.
Atiram pelo
teclado, os verminotas
De gravata,
grunhindo patatis e patatás,
Papagaiamente
repetindo o induzido,
Como putas
aposentadas contabilizando
Antigos
michês mortos pelo tempo.
Múmias!
Múmias é o que são, nas faixas
Dos próprios
limites e nos sarcófagos
Da
submissão, os habitantes das tumbas,
Zumbis
políticos afogados nas trevas.
Por isso
essa minha seriedade
De
adolescente em delito,
Em pura e
permanente sacanagem,
Fazendo
motivo de risos
O que eles
levam a sério.
Se querem
incendiar a bagaça toda
Que comecem
tocando fogo
Nas santas
mãezinhas primeiro.
Francisco
Costa
Rio,
23/02/2014.
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