Então chegas
assim,
Sem prévio
aviso,
Repentina e
certa,
Pondo-me de
alerta,
Tirando-me
dos versos
E das
tintas, de tudo,
Em atrapalho
do estudo.
Justo quando
estou distraído,
Perdido nos
meandros de mim,
Surges,
fazendo-me atento
Ao que se
esconde,
E com que
intento,
Se só
passatempo
Ou ponte
entre o aqui e o longe
Que se quer
perto,
Ainda que em
pensamento.
Temporã
aparição, desarrumas
O que eu
supunha ordenado,
Cada coisa
em seu cabide,
Mente,
vontade, coração
Trancados
com cadeado.
De que verso
te alças
Se os
percorri a todos,
Certo de
trazer-te a um poema,
Sem saber
que, distraída,
Eras já o
meu motivo e meu tema,
Em sigilo
fazendo morada,
Como a
esperada namorada.
Francisco
Costa
Rio,
22/02/2013.
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