Impróprio a
redomas,
Não propenso
a correntes,
Refratário a
algemas,
Longe de
paredes e muros
Não me
permito em órbita,
Volteando o
imposto,
Circundando
o exigido.
Há em mim
necessidades
Que não se
podem satisfeitas
Em pouco
espaço
E tempo
limitado.
Habito lá
longe,
Onde a
imaginação me leva,
Levando
junto
Os que não
se permitem
Em limites e
parâmetros.
Rebelde de
qualquer causa
Busco em mim
a causa da rebeldia,
Essa
necessidade de buscar poesia,
Ainda que
nos restolhos nascidos
Dos meus
próprios passos.
Meu coração
não sangra em vão,
Em mercados
e púlpitos, discursos.
Meu coração
é bandeira, sinalização
De que
adiante mora o possível,
Ao lado do
cemitério das redomas,
Correntes,
algemas, paredes e muros
Exigindo
comedimento e contenção.
Se no sonho
mora a utopia,
Na realidade
mora, distraída,
A realidade
que sonhamos todo dia.
A mim cabe
anunciá-la escondida, e
A quem me
lê, acreditá-la revelada,
Como uma
namorada pretendida.
Entre o
querer e o ter nos espera
A ação de
obter. É lá que, sangrando,
O meu
coração espera, enternecido,
Outros
corações, como o meu,
Mas ainda adormecidos.
Francisco
Costa
Rio,
15/03/2014.
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