(Ouvindo The
Platters)
Prisioneiro
de muitas canções,
Ouço-as em
contrição de lembrança,
Debruçado no
que não existe mais.
São momentos
ricos de detalhes,
Rostos que
se perderam no tempo,
Por aí,
talvez lembrando de mim.
Rostos que
já não existem, fixados
Nos palpos
da morte, no nunca mais.
A música
pode isso, nos acordar
O que só
esquecido não incomoda,
Cordas que
pensávamos atadas
E se
romperam, permitindo partidas.
Quisera-me
de pedra, duro e seco,
Impróprio a
ser ferido,
Incapaz de
lágrimas,
Sem esse
vazio que me prostra
E obriga ao
poema
Mesmo sem
ter vontade.
Eu não
queria um mundo grande assim,
Gente tão
complicada assim,
Tanto a
saber e sem ter como saber,
Um simples
verme enterrado no chão,
Sonhando
estrelas, o existir de um céu.
O que dói
não são os limites,
É saber que
depois dos limites
Existe mais,
e não conseguir ver.
Invejo a
felicidade dos que se bastam,
Dos que a si
só se perguntam
A cor da
blusa que irão comprar.
Francisco
Costa
Rio,
21/03/2014.
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