Careço já
dos teus préstimos,
Do teu corpo
embebido em hormônios,
Da tua voz
cotidiana em meus ouvidos.
Súbito
tornei-me parcial, incompleto,
Só pedaço
reclamando complemento,
Animal que
te fareja e te olha, te quer.
Rendido ao
espanto e miúdo, latejo
A tua
ausência de claridade que revela
E irreleva o
que mais não seja sonho,
Imaginária
cópula em curso, primavera
Em qualquer
estação do ano, baldeação
No que se
pode sorrisos e realização.
Há em mim
agora um vazio permanente,
Um estar oco,
sem sentido ou explicação,
Como um
corpo devoluto, perdido em si,
Sem saída e
sem solução, e para sempre.
Entre o meu
olhar de procura
E a minha
voz de espera
Uma lágrima
se aninha
E me
desespera
Em noite
escura.
A esmo e só,
a minha alma caminha,
Vivendo só
de sonhados encontros.
Francisco
Costa
Rio,
23/03/2014.
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