mas não uma ária qualquer.
Esta deverá ser nascida no agreste,
composta em areal e pedras,
sonorizando vento na caatinga.
Em cadência de xote e frevo,
em ligeiro martelo agalopado,
que dancem nela os personagens
nascidos da alma brasileira,
em chistes que nos desnudam
e deixam a mostra a brasilidade.
Tudo muito bem temperado
com consciência social e reclamos
de melhores dias a serem fixados
em cerâmicas e máscaras, bonecos
ornamentando hoje as lágrimas
que foram sorrisos ontem,
nascidos da pena do poeta.
Entoemos uma ária.
É preciso uma ária enorme
imensa, desmedida e clara,
uma ária no Suassuna.
Francisco Costa
Rio, 24/07/204.
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