Apaixonado pela natureza,
amo a Ecologia de montão,
um pouco por diletantismo,
muito por auto preservação.
Entre Darwin e Mendell, sonho,
namorando cores e formas,
interação e movimentos,
o equilíbrio como norma.
Só uma espécie não entendo,
destoando das demais,
a que tem o nicho nas praias,
nos shoppings e áreas virtuais.
Permanentemente acoplados a fones
de onde jorram sertanejos universitários,
funks, neopops e pagodes,
ostentam aparelhos ortodônticos,
coloridos, metálicos ou de plástico,
ocasionalmente piercings e tatuagens
em calças com a bunda de fora.
Surfam, skateiam, vão às igrejas...
E quando lhes bate o vazio existencial
correm para as redes sociais,
onde exercem a catarse de todo o mal,
teclando toda a sabedoria adquirida
na rica e variada existência, postando
alertas de comunismo em curso,
corrupção governamental, mensalão,
pedindo linchamentos e passeatas,
o fim da política de cotas e Bolsa família,
tudo entre fotos de gatinhos e cães,
versículos bíblicos, flores, selfs e piadinhas.
Não respeitam o próximo. Por isso
aconselha-se o uso de cercas e portões
nos jardins e gramados. São vorazes,
devorando tudo o que encontram pela frente.
Francisco Costa
Rio, 21/07/2014.
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