domingo, 4 de maio de 2014

FUNDAMENTALISMO

No prato do capital
Servem sangue
E alienação.

Se lhe roubam a vida
Há uma malignidade
Uma sobrenaturalidade
Que justifica e satisfaz.

Infortúnios são provas
A muito escritas
E nunca comprovadas,
Repetindo-se,
Repetindo o vaga lume
Que se diz estrela.

Do céu só cai chuva
Mas acreditam que cai
O emprego conseguido,
As boas notas nas provas,
O amante que voltou,
As dívidas pagas,
O salário recebido...

Piamente pagando
As graças alcançadas.

Já as trevas,
Estas não caem do céu,
São cultuadas aqui
Porque aqui nascidas
E aqui mantidas,
Em rituais e cultos,
Desde as cavernas.

Francisco Costa

Rio, 04/05/2014.

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