terça-feira, 4 de junho de 2013

SÓ INSTINTO

Reduzida a puro instinto,
Efervescência de hormônios,
Laceração de gemidos na noite,
Ela me reinaugura menino novo
Rasgando horizontes, caminhando
Displicente nos intervalos das horas.

Só corpo e calor, umidade de algas,
Pulsar de estrelas, ela decanta
Luz e trevas, silêncio e som,
E me encanta, em lascívia
De brisa morna no rosto,
Dizendo sou temporal.

Ela é assim, por isso não sei,
Só sinto, num turbilhão
De impressões desordenadas
Que me beijam, me mordem,
Me erguem, másculo menino
Digitando a permanência dela,
Fogo, luz, labaredas morenas
Inaugurando tesões tardios
E convocando poemas.

Francisco Costa

Rio, 04/06/2013.

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