Guardei
alguns versos
E esses não
publicarei.
Nascidos do
mais íntimo,
Esses
choram, lastimam,
Escondem-se,
envergonhados.
São os
versos dos meus fracassos,
Das minhas
dores mais secretas,
E em si
purgam vergonha ainda.
De que
adiantaria dividi-los?
Seriam lidos
com o distanciamento
Dos imunes,
dos que se terminam
Nas próprias
dores e vergonhas.
Somos assim,
trancados
Em cofres
com segredos,
Em páginas
de senhas esquecidas,
Solidários
só nas cadeias e velórios.
Cada homem é
só uma letra
Recusando-se
a outras letras
Para formar
palavras.
Por isso a
ausência de nexo e texto,
Nesta página
não escrita,
De
sentimentos não explícitos,
Sonorizados
no silêncio.
Francisco
Costa
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