terça-feira, 4 de junho de 2013

O MEU REBELDE

Pretencioso! Por que não te limitares
Às próprias atribuições naturais:
Pulsar, impulsionando sangue, e amar?

Porque te envolveres com tudo, inxerido,
E em tudo palpitar, fofoqueito contumaz?

Porque te altera o ritmo a fome alheia,
As injustiças, a desonestidade ornada
De poder, a apartação de necessidades?

O que te interessa se poluem, intoxicam,
Mercantilizam sentimentos nas vitrines,
Vulgarizam o sexo, perdem as referências?

Porque não ficar no teu canto, quietinho,
Sem desafiar enfartos, coronárias entupidas?
Porque tão voluntarioso e irresponsável,
Envolvendo-te com o que não é teu,
Exigindo-me constantes intervenções?

E então o meu coração respondeu:
Não estou preocupado com homens,
Preocupo-me com outros corações.

Francisco Costa

Rio, 04/06/2013

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