IMPOTÊNCIA E LÁGRIMAS
Queria-me
miúdo, dores miúdas,
Sorrisos
poucos, vontades miúdas,
Questionamentos
pequenos,
Dúvidas
mínimas, saberes todos.
Propenso ao
sempre maior do que eu,
Vergo-me em
dores descabidas,
Exageradas,
que não deveriam ser minhas,
Porque nada
para a melhoria do mundo,
Célere em
seu movimento independente,
Acima e
alheio a indivíduos.
Meus
sorrisos são largos, francos,
Exagerados,
sem motivos aparentes
E por
qualquer coisa, como se eu pudesse
Me por em comunhão
com a felicidade.
Minhas
vontades nunca começam em mim
E sempre me
ultrapassam, se exteriorizam,
Para
terminar longe, bem longe de mim.
Minha fome é
insaciável porque gigantesca,
De todos os
corpos, e minha sede não se basta
Em poucos
copos, quer hidratar desertos.
Meus desejos
invadem olhares que passam,
Ancas,
quadris, coxas... Corpos todos
Porque
ambiciono a feminilidade absoluta
E ela só
existe por pouco tempo, inconstante
E evasiva na
que se doa por partes
E por
momentos, plantando saudades.
Questionamentos?
Só os tenho, sem respostas,
Porque o
infinito é infinito, e a eternidade...
Espaço que
não se basta em números nem cabe
No cérebro
humano, muletas de ambições,
Mas sempre
materiais, comestíveis, palatáveis
Ou pelo
menos ao alcance dos mercados.
Dúvidas? Eu
só as tenho, sou a própria dúvida
Ostentando-se
procura desenfreada e sempre,
Quase
desesperada como um braço no precipício.
Saber? Sim,
aqui sou miúdo, pequeno, mínimo
E aqui nasce
o vazio, o nada, a impotência
De
oferecer-me qualquer coisa sensata,
Capaz de
justificativas e motivos de risos.
Entre
homens, micróbios e galáxias
Purgo a
condição humana, enganando-me
Em livros,
filosofias, sexo e versos.
Quero-me
maior, mas sou só um homem
Diante da
eternidade e do infinito,
Só uma
impossibilidade que escreve,
Talvez para
se acreditar maior.
Francisco
Costa
Rio,
07/06/2013.
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