domingo, 2 de junho de 2013

EM DIA TRISTE

É tanta tristeza que imprópria a poemas.
Há desânimo, depressão, alheamento
a qualquer coisa imprópria às lágrimas.

A vontade é de nada e qualquer coisa,
inútil, inservível  à tradução em palavras.

É tudo escuro, ainda que em dia de sol
ou noite de lâmpadas acesas, clareando
o que se faz triste, enlutado sem motivo,
teias de apreensão sem justificativas,
morbidez de luto inútil, sem explicação.

Se adiante vida ou morte, continuidade
ou finalização, a indiferença do imune
não opta, para mais aprofundar o sofrer.

Em dias assim a consciência é castigo,
o castigo, a condição humana, frágil,
apoiada no que só se justifica em si.

E se em si não há justificativa,
tudo está justificado.

Francisco Costa

Rio, 30/03/2013.

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