domingo, 2 de junho de 2013

COMPLEXOS

Eu queria ser simples, normal,
Caminhar pelas ruas, avenidas,
Como qualquer mortal.

E dar provimento às coisas bobas
Que se erguem à nossa frente:
Perambular corredores de shoppings,
Atento a tudo o que não compraria;
Sorrir fácil, andar, tomar coca-cola,
Babar no decote das moças que passam,
Me perder nas curvas que passam,
Fazer versos só falando de mim,
Acreditar em gurus, pastores, políticos...
E pouco me dar ao sol atrás das paredes.

Mas não. Contaminado de curiosidade
E apreensão, insisto sempre
Em olhar para o invisível aos olhos.
E ouvir as insinuações do silêncio.

Essa a minha sina: coletar os meus pedaços
Que, dispersos, fazem o mosaico do mundo.

Francisco Costa

Rio, 16/01/2013.

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