Perdi meu
lirismo.
Em aflição
de faminto
À cata da
providencial refeição
Saí em busca
dele, feto abortado.
Caminhei
vales de paz,
Escarpas de
tormentas,
E em todos
os lugares havia homens
Ostentando a
fragilidade, a incerteza,
Esperanças
apoiadas no incerto,
No não
comprovado, na fé, no medo.
E os vi
fugindo, ambicionando-se outros,
Em viagens
químicas, drogados,
De almas nuas, na alienação da ilusão.
Homens
outros fugindo na fé,
Fingindo-se
diferentes, apartados
Do
perfeitamente humano porque natural,
Orando
palavras gastas de tão repetidas
Em milênios
de apreensão e medo,
Curvados ao
desconhecido, a hipóteses.
Eu os vi na
contabilização do nada,
Entre moedas
e documentos, supondo posse
O que é de uso
temporário, simples dispor
Enquanto possível.
Homens havia
em frenesi, na loucura,
Dançando sem
música, em movimentos
Repetitivos,
caminhando sem sair do lugar.
Cansado,
desesperançado, resolvi voltar,
Com o
lirismo de volta, na velha mochila
Das minhas
pretensões, porque o lirismo
É isso, uma
busca de nunca ter fim.
Poetas são
peregrinos de esperanças,
Caçadores de
momentos,
Peitos
abertos e corações expostos.
Francisco
Costa
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