terça-feira, 7 de maio de 2013

ÚLTIMA CURIOSIDADE


Tenho tarefas urgentes, fundamentais,
sem as quais morrer seria frustração,
interrupção de prazer em exercício.

Preciso ver a neve, saltar de paraquedas,
realizar um mergulho autônomo no mar,
passear em jardins de corais, partilhar
a fauna que me fascina, flores animais.

Careço de muitas respostas e testemunhos,
e minhas suposições pretéritas, quase todas
confirmadas, para regalo do meu intelecto,
carece de uma, fundamental: a possibilidade
de vida é privilégio desse planeta, pedrinha
perdida no Cosmos, ou se espalha, natural
e obrigatória, em cada recanto do todo?

Sonhador contumaz, sem explicação racional
para as minhas inquirições adolescentes,
vivi para testemunhar que o meu modelo
do que me cerca se mostrou verdadeiro.

Como impressões saídas do nada, sem prólogos,
apoios em teorias que eu desconhecia,
naveguei entre as possibilidades teóricas
de inconsciente coletivo e reencarnações,
e não posso nem  quero morrer sem respostas.

No dia em que eu ler ou ouvir um comunicado
partido de fonte segura, inquestionável,
que foi encontrada vida fora da Terra,
 não importa
se evoluída ou simples bactéria, aí sim,
meu ciclo estará concluído,
 não me importarei de morrer.

Não terei mais questionamentos,
e sem questionar não faz sentido
viver.

Francisco Costa
Rio, 31/03/2013.

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