Cego, tateio
escuros,
atrás do teu
rosto,
luminosidade
interdita
aos meus
dias de sombras.
Mudo, busco
palavras,
tradução
mais simples
do que em
mim grita
silenciosamente
e só.
Surdo, busco
no vento
a alteração
de movimentos
capaz de denunciar
leve
a tua súbita
presença.
Não sei
ainda do teu cheiro,
não senti
ainda teus calores
e tuas
curvas imagino-as
ainda longe,
à minha espera.
És nada
ainda, enorme vazio,
pronta a
restabelecer logo
meus
sentidos adormecidos
nesse ritual
de desejos
parciais, só
imaginados.
És única, és
bela, és tudo
porque
apenas idealizada,
como um
paraíso longe,
feito de imperfeições
e sorrisos.
Francisco
Costa.
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