Sem Ter O Que Escrever
A inspiração
chegou,
as idéias,
não.
Em crise de
criatividade,
expando-me a
não mais poder,
e caminho.
Sem pedir
licença vou entrando
no olhar
luminoso da moça atenta
aos enigmas
da espera, no menino
que sonha
bolas imaginárias
correndo sob
marquises e medos.
Entro em
palácios acarpetados,
forrados com
mãos de povo, suores
pingando dos
lustres de cristal e prata.
Invado
quartéis, batalhões, e vejo
crianças em
armas, brincando de morte.
Permito-me
ao sol. Copulo com a lua
e semeio
galáxias distantes, multicoloridas,
interditas
aos que não astrônomos ou poetas.
Entrego-me
ao mar, mundo de algas e peixes.
Vergo-me,
vencido e saudoso, aos amigos
perdidos na
infância, e que hoje, solitários
como eu,
amealham netos, rugas, saudades.
Cansado
encolho-me, retorno ao teclado
e encantado
vejo que o poema de hoje
já nasceu,
está pronto.
Francisco
Costa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário