quarta-feira, 8 de maio de 2013

SABADÃO


Antes mesmo que a manhã se instale em meu jardim,
Acordando as cores adormecidas nas sombras da lua,
Surpreendo-me com um poema na cabeceira, rindo,
Indagando-me as intenções e propósitos, vontades.

Não é um poema qualquer, vestido de palavras gastas
E estilo pessoal caminhando em linha, irmanando-os.
Este cintila de luz própria, brilha em si, é só cores
Na passarela dos meus olhos extasiados, sonolentos.

Também não está estático, em pose fotográfica, parado,
Como se aguardasse quem o animasse e fizesse vivo,
Caminhando na paisagem mental do leitor. Esse dança,
E despido de todos os falsos pudores, dos preconceitos,

Acorda-me em algazarra de fim de mundo, em festa,
Num apocalipse ao inverso, gritando solto e rasgado:
Vem que a vida parou. Despe-te de ti mesmo e vem,
Afinal, hoje podes sorrir, não dói, amanheceu carnaval.

Francisco Costa
Rio, 08/02/2013.

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