terça-feira, 7 de maio de 2013

PRESUNÇÃO


Não adianta. Por mais que omita,
massacre o crânio inutilmente,
meus cheiros persistem,
minhas digitais insistem
em marcar a minha presença aí.

Sei de cada dobra e recanto,
o som exato dos seus suspiros,
a temperatura exata do seu suor
quando você se derretia entregue
ao cansaço em andamento.

Vá. Banhe-se, esfregue-se,
fique ao avesso, lave-se de novo,
em inútil tentativa de se desvencilhar
de mim morando aí, inquilino
que se propõe pra sempre.

Ordem de despejo? Que nada!
Posto para fora, do corpo e da memória,
você é que se sentirá despejada.

Francisco Costa.
Rio,24/02/2013.

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