Chove poemas
no meu quintal,
Inundam o
jardim,
Mancham a
varanda
Num estranho
temporal
De palavras
desabando.
O silêncio
é total,
Sem trovões
troando,
Relâmpagos
em guirlanda,
E desabam
sobre mim.
Coloridos,
esbanjam cores
Em todas as
tonalidades:
Este branco
luzidio, de paz
Aquele
rubro de sangue
E muitas
cores outras mais:
Rosas
contaminados de amor,
Negros de
luto e dor,
Amagentados
de orgasmos,
Cinzas de
neutralidade e ócios
Azuis
imensos de cosmos,
Amarelos de
bons negócios.
Uns caem e
escorrem, livres
Outros
repicam, rimados.
Há os que
chegam ritmados
E os que se
arrastam tristes.
Não há
baldes, bacias, latas.
Procuro
canecas, copos...
E não
encontro, e passam.
Mais uma
oportunidade perdida.
Um temporal
de inspiração
Hidratando
esse velho coração
E eu
distraído, contraído
Para
maldizer mais tarde
Triste e
constrangido
A omissão, o
dever não cumprido.
Francisco
Costa
Rio,
19/11/2012.
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