terça-feira, 7 de maio de 2013

POEMA NENHUM


Quero um poema absolutamente claro, límpido,
com a transparência de uma gota de orvalho.
Discreto, que não se mostre, sequer se insinue,
como se de existência nenhuma, imperceptível.

Que ao lê-lo ninguém perceba ser um poema,
um texto redigido, um atestado de um autor.
Tem que ser impessoal, e, mais que coletivo,
auto realização que se revela mais que poema.

Sem ter o que analisar, palavras a se prender,
o leitor não estaria diante de um poema,
mas da própria poesia.

Francisco Costa
Rio, 17/02/2013.

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