Sim, há o
mar, respingos de cintilações crepusculares
inundando a
tarde morna ornada em flores na areia.
O ir e vir
das ondas quebrando espuma e sons, sal
posto no
vento marinho dançando com as palmeiras.
Há um
pescador, calças arregaçadas, chapéu de palha,
garimpando
refeições escondidas em cores e formas
que ainda a
pouco pastavam entre corais e actínias,
alheios aos
anzóis da morte, ao sol, à areia quente.
Há meninos
correndo, meninas espiando e mulheres
ansiando
fugas da pouca roupa, mais revelando, nuas,
que
escondendo. Quieto e calado, mastigo, em agonia,
as impressões
da tarde, alheio, como se fosse a última.
Em meus
olhos, vãs as impressões do mar se anunciando
festa aos
sentidos, orgia da vida amanhecida dos sonhos.
Em meu peito
só a imensidão do mar,
a solidão do
nauta que ainda não se sabe na praia,
e nunca saberá.
Francisco
Costa
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