Mais uma
noite sem você, espargindo lembranças
que se
insistem não adormecidas, caminhando
sempre
presentes nas dobras desse meu pesadelo,
cacos de
instantes amanhecidos de nós dois.
Minha
alegria tornou-se, antiga, agora vestiginal,
meras
pegadas no areal de esperas compridas, inúteis
como praias
em manhãs de temporal, só visão
do que se
perdeu em adeus, entre lençóis e versos.
Choro-me
inteiro, direito e avesso, tateando, tonto,
no escuro da
noite que está em mim, em tão vazio
que mesmo as
muletas de versos já não brotam,
amputado que
estou também das palavras.
Nada mais
faz sentido. O amanhecer, daqui a pouco,
será só uma
noite com sol, mais momentos de dor,
quando em
holocausto me morrerei em lágrimas,
vulnerável
como em minha hora primeira. Ou última.
Francisco
Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário