terça-feira, 7 de maio de 2013

OUVINDO CAT STEVENS


Sempre que as nuvens se apagam
porque clicam o interruptor do sol,
migro a paragens longínquas e secas,
escuras, no meu subconsciente.

Lá também roubaram a luz, clicaram
o meu coração e apagaram tudo.
Perdido caminho labirintos, quinas,
esquinas, procurando uma saída.

Esbarro em espectros comerciais,
piso na lama do levar vantagem,
salto sobre propinas, arrecadações,
impostos, fraudes, dízimos, fretes...

Quando penso que vou sair incólume,
surgem as mortas do meu passado,
as que abandonei chorando
ou chorei abandonando.

Aceso o sol novamente não adianta,
em mim continua escuro, ádrico.
Espero luzes de fonemas
que me iluminarão poemas.

Francisco Costa.
Rio, 11/03/2013.

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