Hoje, dia de
Reis, me farei três.
E cada um de
mim, solicitude
posta diante
de ti, se ofertará.
Primeiro
chegarei corpo, insaciedade
permanente
excursionando em ti,
revendo
sempre cada detalhe teu,
com o mesmo
encanto da primeira vez.
Depois
chegarei só coração em dádiva,
declinando
alvoreceres ensolarados
a iluminar
versos novos, diferentes,
para habitar
a poesia do teu corpo.
Por fim
chegarei alma, eternidade
posta no
instante, ilimitado e grande
feito
pequeno porque reduzido
a um mero
apêndice do teu olhar.
E o primeiro
não te dará ouro.
E o segundo
não te dará incenso.
E o terceiro
não te dará mirra.
Dar-se-ão a
si próprio em três.
E assim, em
humaníssima trindade
me sentirei
um rei, mas não mago
porque a
magia doce das doações
não estarão
em mim, mas em ti.
Francisco
Costa.
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