terça-feira, 7 de maio de 2013

O RETORNO


Eu te agradeço por cada uma das lágrimas.

Pelas que derramei em angústia e solidão,
certo de não mentias e a partida era definitiva;
as de medo e tédio, quando, imune  ao toque,
espargias indiferença e alheamento,
como uma flor baldia a mercê do vento.

As que carreguei nas ruas, humilhado,
semeando curiosidade nos passantes,
a cada que vez que dissestes  “vai embora”;
as que regaram  o travesseiro, solo
onde plantei frustração e desejo,
enquanto dormias longe, ao meu lado;

As que ainda carrego, não me desfaço
por que já parte de mim retornando,
não para te perdoar, mas para pedir perdão
pelos motivos que te dei para me fazer chorar.

Francisco Costa
Rio, 12/12/2012

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