terça-feira, 14 de maio de 2013

O MENINO


Vês aquele menino, de calças curtas
E suspensórios, suspenso na inocência,
Acreditando nos  ditos  postos a ele,
Certo  de um mar de sorrisos e gritos
A frente, pronto  para ser navegado?

Coitado, ele não sabe das escarpas,
Das horas mortas, dos temporais.
Nem desconfia  das lágrimas e dores
A serem servidas apimentadas  e cruas
Em cada uma das refeições.

Se soubesse o que lhe reserva  hoje
As safras a serem colhidas amanhã
Não estaria sorrindo assim, alheio,
Ousando ignorar  cada pranto
De tocaia, pronto a se manifestar.

Não, definitivamente  de nada sabe.
Transita ainda nas ruas dos risos,
Nas estradas do  nunca estar só,
Pisando o solo firme do que não sabe
Que viver á espalhar pedaços.

Aquele menino que vês sou eu.

Francisco Costa
Rio, 12/11/2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário