Vês aquele menino, de calças curtas
E suspensórios, suspenso na
inocência,
Acreditando nos ditos
postos a ele,
Certo
de um mar de sorrisos e gritos
A frente, pronto para ser navegado?
Coitado, ele não sabe das escarpas,
Das horas mortas, dos temporais.
Nem desconfia das lágrimas e dores
A serem servidas apimentadas e cruas
Em cada uma das refeições.
Se soubesse o que lhe reserva hoje
As safras a serem colhidas amanhã
Não estaria sorrindo assim, alheio,
Ousando ignorar cada pranto
De tocaia, pronto a se manifestar.
Não, definitivamente de nada sabe.
Transita ainda nas ruas dos risos,
Nas estradas do nunca estar só,
Pisando o solo firme do que não sabe
Que viver á espalhar pedaços.
Aquele menino que vês sou eu.
Francisco Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário