Busquei-te
como o beduíno desesperado
busca a
água;
como o
náufrago procura terra;
o suicida,
quem o entenda e acalme.
Em cada
possibilidade vasculhei tua presença,
nos vincos
de cada hora, em todos os dias.
Em cada cor
imaginei os teus olhos. No brilho
metálico que
orna o frio, nos tons quentes
que
parasitam flores e borboletas, horizontes.
Tive a
certeza de que te encontraria por fim,
fosse no
olhar de um pássaro, no cheiro da flor
anônima e
sertaneja, quieta, na beira da estrada,
em qualquer
coisa indescritível e indefinida.
Tua
existência foi sempre convicção,
um teorema
sem números e sem incógnitas;
um texto
pronto, enxuto, revisado,
pronto para
ser publicado.
Eu sabia, eu
sabia. Agora surges do nada
e do nada te
ergues necessidade fundamental.
Preciso-te ,
como preciso de ar e de sol.
Francisco
Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário