terça-feira, 7 de maio de 2013

O ATO DA CRIAÇÃO


Entrevero de idéias conflitantes,
O poeta sangra palavras
No que se anseia poema.

Faz sol, há esperanças esparramadas
Como concretização do esperado,
Mas o poeta sangra.

Hemorragia de necessidades estranhas,
Impróprias ao que não discerne
Sobre o que se esconde no silêncio,
O poeta contempla o papel em branco,
Desafio, imperativo de coexistência,
Possibilidade de libertação.

Necessariamente concentrado e só,
O poeta vasculha os meandros de si,
Mastiga antigas impressões,
Sonha possibilidades inatingíveis,
Fixa o que não se permite fixo.

Entre letras e signos o poeta trabalha,
Constrói a si mesmo construindo versos,
Sangra.

Francisco Costa
Rio, 23/04/2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário