Há rumores e
desconfianças,
imprecações
e alianças
insinuadas
na tarde morna
de apreensão
e mormaço.
Espera-se
algo, intervenções
no cotidiano
e no previsível,
como uma
explosão solar
ou cavalos
alados nas árvores.
Há silêncio
e imobilidade,
olhares
desconfiados
escorrendo
disfarçados
na tarde
baldia de sonhos.
Sabem todos
do inusitado,
do
testemunho primeiro
do que nunca
se soube,
de palpos
sobre insetos.
A tarde é de
agonia
e nas
montanhas distantes
hordas de
não se sabe o que
concentram-se
compenetradas.
Mas há um
menino, um menino
vestido de
inocência e risos,
justamente o
que tem a arma
para
reinaugurar a tarde
e dissipar o
medo.
Nascerá no
natal.
Francisco
Costa
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