Não amar é
chorar em segredo
a ausência de uma parte amputada,
perceber-se
continuar no nada,
morrer um
pouco, viver em degredo.
Como não
amar, amiúde e sempre,
se a vida é
evocação, chamamento,
liturgia de
posses e consentimentos?
Sem amar
somos uma árvore seca
em supremo
esforço da seiva ausente,
esperando a
chuva tardia que não vem.
Sem um corpo
de si, para tomar,
inesperado
ou anunciado,
um homem é
qualquer coisa que sangra,
purga, se
encanta, menos um homem.
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