Mutante,
alterno-me entre raiva e sorrisos,
sem limites
precisos, como se sempre verão,
ora brisa
morna, logo sol escaldante e,
sem mais nem
menos, relâmpago e trovão.
Se fui
inverno não lembro. Imune ao frio,
quando calei
ou baixei os olhos e o nariz,
longe de
estar passivo ou infeliz, ardia
ainda a
caldeira, embora sob a campânula
da
necessária e momentânea dissimulação.
Instantes de
outono? Passagens de primavera?
Não sei, não
lembro. Ardeu em mim tanto
um calor
tórrido, interrompido às vezes,
que outras
estações não passarão,
em mim será
sempre verão.
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