terça-feira, 7 de maio de 2013

MEDO


Porque plantar em mim essa semente
se sabes que não chegará a fronde e frutos?
Porque lavrar essas palavras antigas, repetidas,
se me sabes réptil noturno digitando a solidão?

Que pretendes com esse olhar felino, feiticeiro,
se em mim latejam ainda as lágrimas amanhecidas
de sonhos interrompidos e sorrisos debandados?
Acaso não sabes do que se deu ao medo e calou?

Por favor, interrompa o seu rito de sorrisos.
O meu coração não suportaria uma recaída.

Francisco Costa.
Rio, 05/02/2013

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