quarta-feira, 8 de maio de 2013

MALDIÇÃO


Ando cansado de poemas, amigo.
Eles me parasitam, exigindo provimento imediato,
Reduzindo-me a atribuição única, escrevê-los.

Já nem sei de mim direito, se ainda um homem
Ou parte de um texto que vai se escrevendo,
Exigindo cada vez mais páginas e palavras.

Às vezes penso em abandoná-los, deixá-los
À deriva de ventos em peitos mais afeitos à poesia,
Mas não consigo, são mais fortes do que eu.

Em mim tudo é poetável, tudo se faz verso,
E nessa comunhão de delírios me canso,
Ansiando coisas novas, diferentes.

Parece maldição, mas só sei viver escrevendo.

Francisco Costa
Rio, 13/02/2013.

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