Desgraça, tu
tens nome e,
repetido à
exaustão, reverbera,
entre ódio e
frustração,
onde houver
uma consciência acordada.
De ti nascem
os filhos sem pais,
prontos a se
amotinarem em armas,
e as filhas
que se amotinarão em esquinas.
É das tuas
mãos que escorrem gritos,
impropérios,
maldições tão gastas
por tão
repetidas em testemunho de nojo.
Fabricas
indigentes, faz-te usina
de
carências, quereres e necessidades.
Diante de ti
nada passa incólume, ileso,
porque de
estranho diabólico dom o teu ser:
esculpir
escombros, edificar ruínas,
reduzir a
quase nada o que se edificou do suor.
Maldição, má
sorte, praga satânica
a modelar o
frio glacial nos corações
que ainda
ontem ardiam em fogo de paixões.
A miséria
começa em ti, passa por ti,
e vem habitar
nos colos inocentes
dos que
confiam nos vendidos a ti.
Quando tudo
parece sereno e calmo
e cada homem
se dá em dádiva ao sorriso,
tu te alças
sorrateiro para empestiar o instante.
Eu te abomino,
desgraça. Eu te esconjuro, peste
a contaminar
uma humanidade em agonia
porque presa
dos teus dentes carniceiros.
Mas dia
haverá em que não mais, em revolta,
pronunciaremos
o teu nome, banido
de tudo o
que se propõe justo e racional,
incapaz de
render culto e lucros a ti,
Fundo
monetário internacional.
Francisco
Costa
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