Eu choras
Tu choras
Ele choras
Nós todos
choramos em ti
Pai, mãe que
assistiu
o filho
saindo para sorrir
a filha
saindo para sorrir
sem poder
jamais imaginar
que o que
seria festa
se faria
luto, luta tua
para não
morrer junto.
Triste
enterrar um filho
Quando tão
filho ainda
Ainda menino
Ainda menina
Trôpego no
caminho da vida.
Mais triste
se de morte vil
Sem motivo
para justificar.
Nenhum vírus
nem bactéria
Ou fenômeno
natural
Menos pela
pátria
Num campo de
batalha.
A fuligem e
a fumaça no céu
São dos
escombros
E não da
consciência
Dos
responsáveis.
Agora
nenhuma lágrima
Será bastante
Para
compensar a dor.
Agora só o
silêncio.
O silêncio
dos pais,
Mortos pela
metade.
O silêncio
Dos filhos e
filhas,
Mortos de
verdade
De sorrisos
e de corpo.
E o silêncio
Dos
espíritos de porco
Calados,
contabilizando
Lucros de
portaria e consumo.
Francisco
Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário